MOPAIDS
01/12/2022
Primeiro de dezembro de 2022, DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS
Em 2023 chegamos aos 40 anos da descoberta do HIV e 42 anos do início da pandemia de AIDS no mundo.
Os avanços para o controle do HIV têm sido enormes: as profilaxias pré e pós exposição ao vírus, bem como tratamentos eficazes que inibem a replicação viral e os preservativos externos e internos, além de opções de prevenção que, uma vez combinadas, têm contribuído para o compromisso das Nações Unidas de eliminar a pandemia de HIV/aids até 2030.
Atualmente, receber um diagnóstico positivo não é mais uma sentença de morte. E os tratamentos eficazes fazem com que a transmissão sexual do HIV não ocorra!
No Brasil, o acesso universal foi e é possível graças à Constituição de 1988, ao Sistema Único de Saúde (SUS) e à Lei 9313/96.
Apesar de grandes avanços, muitos problemas permanecem:
Estamos aqui para dizer que a AIDS não acabou! Apesar de não termos mais o Departamento de IST e AIDS no Ministério da Saúde. Apesar de vários estados e municípios terem desativado seus programas de HIV/AIDS.
Em 2020, o Brasil não alcançou as metas intermediárias para a eliminação da pandemia de AIDS estabelecidas pelo Unaids, o programa de HIV/AIDS da ONU, não serão alcançadas as metas até 2030, se a resposta nacional à epidemia de HIV/AIDS no País não for retomada urgentemente.
A Lei 9.313/1996 responsabiliza o Estado brasileiro pela compra e distribuição dos medicamentos para o tratamento do HIV. A mesma lei define que a lista de medicamentos disponíveis deve ser anualmente reavaliada. Desde 2018 o Ministério da Saúde não incorpora um novo medicamento no SUS para o tratamento das Pessoas Vivendo com HIV ou com AIDS (PVHA)!
Nós reivindicamos:
Lembramos, ainda, que passados mais de 40 anos do surgimento da AIDS, continua a estigmatização PVHA e dos grupos mais vulneráveis ao HIV. Seja nas relações interpessoais, na vida social, na escola ou no trabalho, ou através de preconceitos muitas vezes baseados em fanatismo religioso. Por isso, é urgente o retorno da seção de Direitos Humanos no Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, cuja reconfiguração reivindicamos.
Por outro lado, ainda há um caminho a percorrer:
Como diminuir significativamente as mortes por AIDS? Por quê ainda agora tanta gente desenvolve e morre por AIDS?
É necessário continuar com as pesquisas de vacinas anti-HIV e de cura do HIV.
Relacionando o HIV com a varíola dos macacos que afeta as PVHA de modo importante, é necessária a incorporação de vacinas para uso nesta população e outras afetadas.
Em 2023, a resposta à epidemia de HIV/AIDS no Estado de São Paulo também completa 40 anos. Embora alguns catedráticos tivessem sido contrários à estruturação de uma resposta institucional e pública, a resposta paulista serviu de exemplo no Brasil e no exterior.
A resposta paulista contra a AIDS, criada ainda durante a abertura democrática, atualmente passa por uma série de ameaças:
No município de São Paulo temos vários avanços, ainda assim cabe reivindicar pela estruturação das equipes de atendimento dos Serviços de Atenção Especializada (SAE) e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), com contratação direta pela administração pública através de concursos, sem terceirização.
Também a manutenção e ampliação da Rede de Formação Continuada para atendimento destas populações e no enfrentamento do HIV/aids, Hepatites Virais, Tuberculose e outras ISTs.