Movimento Paulistano de Luta Contra a Aids email mopaids@gmail.com

28ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo

Parada SP: Movimentos que lutam pelos direitos das pessoas vivendo com HIV se unem em trio elétrico para alertar que a aids continua afetando pessoas LGBT+

28ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo - “O HIV e a Aids continuam afetando a nossa comunidade. Faça o teste, trate-se e viva intensamente” | Foto: APOLGBT-SP
28ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo - “O HIV e a Aids continuam afetando a nossa comunidade. Faça o teste, trate-se e viva intensamente” | Foto: APOLGBT-SP

Agência Aids
31/05/2024

Este ano, a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT-SP), responsável pela maior Parada LGBT do mundo, dedicou o quinto trio a passar pela Avenida Paulista aos movimentos sociais que zelam pela saúde física e mental das populações LGBT+.

O “trio da saúde” é uma união do Movimento Paulistano de Luta Contra a Aids (Mopaids), das ONGs/aids da cidade de São Paulo, do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP), da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV e Aids, da Rede Nacional de Travestis e Transexuais Vivendo com HIV e Aids, da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/aids e da Rede Nacional de Pessoas Idosas Vivendo com HIV e Aids. Com apoio da AHF Brasil e da Impulse, os ativistas vão ocupar a avenida chamando atenção para a importância da saúde integral das pessoas vivendo com HIV/aids, que só no Brasil somam mais de 1 milhão.

A apresentação do trio será comandada pela drag queen Lu Marinatti e conta com o DJ Lorran Ciriaco, além dos argentinos DJ Bear e Dj Gorilla

O grupo de ativistas desfila com o tema “O HIV e a Aids continuam afetando a nossa comunidade. Faça o teste, trate-se e viva intensamente”.

Segundo Eduardo Barbosa, coordenador do Mopaids e diretor do Grupo Pela Vidda SP, a escolha dessa temática é um alerta para as pessoas LGBTQIA+ de que a questão da aids ainda continua sendo um agravo na saúde muito importante para toda a comunidade.

“Ainda precisamos ter maior atenção da sociedade e gestores públicos para implementar ações que, efetivamente, promovam a prevenção e a eliminação do HIV. Mas, acima de tudo, garantir o respeito aos direitos humanos e a não discriminação. As pessoas que vivem com HIV e aids não terminam a sua trajetória por conta de um vírus”, afirma.

Para Beto de Jesus, diretor da AHF Brasil, a estratégia anterior do movimento social de não levar a pauta do HIV/aids para a Parada LGBT para evitar a estigmatização e a discriminação foi equivocada.

“Ao não falar de HIV, deixamos de falar sobre a falta de políticas públicas e perdemos a visibilidade de que o HIV ainda afeta fortemente a comunidade de homens gays e a população trans. Estudos mostram que a prevalência do vírus em alguns lugares chega a quase 20% na população de homens que fazem sexo com homens (HSHs) e 32% para pessoas trans, completamente diferente da prevalência para a população geral, que varia entre 0.4 e 0.6. Não falar de HIV é aumentar o número de infecções e termos o recrudescimento da epidemia. Então, para a gente é extremamente importante não somente estar na parada, como trazer as palavras aids e HIV e as reivindicações para políticas públicas que garantam acesso a tratamento, melhores medicamentos, atendimento sem estigma e discriminação”, declara.

Para ele, o enfrentamento do HIV/aids tem que ser coletivo, envolver toda a comunidade para além das organizações que trabalham com HIV, mas também o movimento LGBT+.

A Parada

Em sua 28ª edição, a Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo chega mais um ano até a Avenida Paulista com o tema Basta De Negligência E Retrocesso No Legislativo: vote consciente por direito da população LGBT+.

O evento acontece no dia 02 de junho de 2024, reafirmando seu compromisso em combater o preconceito e apoiar representantes que promovam políticas públicas afirmativas e joguem luz em pautas sobre direitos humanos.

Pela primeira vez desde 1997, a Parada fará um trajeto diferente: este ano, devido às obras que acontecem na Avenida Paulista, os trios percorrerão o lado ímpar da avenida.

O público será orientado a entrar no evento pelas ruas Haddock Lobo e Bela Cintra a partir das 10h. A expectativa é que o evento movimente cerca de R$700 milhões e arrecade R$90 milhões em impostos.