Agência Aids
05/05/2023
O Instituto Vida Nova está em festa. Neste 5 de maio, a ONG completa 23 anos de existência. São mais de duas décadas de promoção da cidadania, acolhimento, integração social de pessoas vivendo com HIV/aids, incidência política e comunitária pela defesa dos direitos humanos.
A Agência Aids preparou uma reportagem especial que relembra a trajetória do Vida Nova, construído a muitas mãos. A organização nasceu em maio de 2000, com o objetivo de prestar ampla assistência e orientação às pessoas vivendo com HIV em situação de vulnerabilidade social na zona leste de São Paulo.
De um sonho tímido, que se materializou em um humilde espaço cedido, à conquista da própria sede, a ONG coleciona memórias.
A indignação dos fundadores, Américo Nunes e Jorge Eduardo, impulsionou os ativistas a iniciarem os trabalhos, apesar de todas as objeções no meio do caminho.
De lá para cá, entre conquistas e desafios, o Vida Nova já transformou a vida de milhares de pessoas, fazendo do seu lema: “Não basta se indignar, é preciso fazer alguma coisa!”, uma prática diária. São mais de 900 usuários cadastrados, sendo 600 atuantes.
O preconceito, as dificuldades financeiras, a falta de investimento não foram suficientes para que o Vida Nova recuasse e interrompesse suas atividades um momento sequer ao longo destes anos.
São muitas as atividades que o instituto desenvolve, como: atividades educativas em saúde e controle social, academia de musculação, roda de conversa para meninas trans e travestis; grupo de convivência, terapia para idosos, acompanhamento psicológico, hidroginástica para crianças e adolescentes, entre outros.
Em artigo publicado no site da Agência Aids, o presidente da ONG, Jorge Eduardo Reyes Rodriguez, falou sobre a trajetória da instituição. Segundo ele, pensar no trabalho desta ONG é reviver histórias de convivência diária com milhares de pessoas que passaram pelo Instituto Vida Nova.
“Com muito apoio e solidariedade nasceu o Instituto Vida Nova. Eu não tinha noção do quanto cresceríamos e do quanto somos necessários para as centenas de pessoas que assistimos nas mais diversas atividades oferecidas a elas, de forma 100% gratuita. Uma jornada de quase um quarto de século é mais do que um aniversário; até porque a gente se adapta a cada ano para superar o que está por vir. É a confirmação de um trabalho sério, respeitoso e acima de tudo em prol de quem precisa para além do status de ser ou estar presidente. É uma jornada onde a solidariedade mostra as suas garras, unhas e dentes, e aprende-se a responder o imprevisível e o inesperado. Esta é uma conquista de gratidão profunda que sinto em meu interior e me dá a graça inexplicável de seguir e fazer do Vida Nova, minha Vida Nova a cada dia, quando estou com os pacientes no acolhimento, no grupo de convivência, no grupo da terceira idade, no grupo de adesão, na academia e com todas voluntárias/os e profissionais. É certo e notório que o Vida Nova faz a diferenças na vida de muitas pessoas, assim como é referência no movimento de luta contra a Aids. É certo também que constrói muitas histórias nas vidas das pessoas que o procura; Integração Social Educação e Cidadania – está em seu sobrenome, deixando claro o que faz e realiza. 'Não basta se indignar é preciso fazer alguma coisa' esse é seu lema!”
O trabalho realizado pelo Instituto Vida Nova foi tema do PodH, podcast da Agência Aids. No bate-papo com a jornalista Filomena Salemme, o ativista Américo Nunes contou que sua vivência positiva para o HIV serviu de combustível para fundar o instituto, além da vasta experiência adquirida em outra ONG que trabalhou anteriormente.
“O que me motivou a fundar o Vida Nova é para que ele fosse uma instituição que fizesse a diferença, e não só mais uma na região. Então a ONG nasce com esse propósito de integração social, educação e cidadania, e de fazer a diferença oferecendo assistência às pessoas que vivem com HIV e aids na região lesta da cidade São Paulo. Não adianta a gente reclamar da situação, mas não apontar caminhos, direções ou até mesmo sugerir o desenvolvimento de ações propositivas”, completou.
Parabéns a toda a equipe e membros do Instituto Vida Nova. Por toda a sua trajetória e apoio ofertado em várias áreas de atuação
Eduardo Barbosa
Mopaids - Pela Vidda/SP
Parabéns Américo e toda equipe, por esta data marcante.
Cláudio Pereira
GIV
Parabéns Américo e toda família IVN.
Patrícia Perez
Mopaids
Recebam nossos agradecimentos pelos votos de parabéns. 23 anos construindo histórias de luta, de resiliência, de conquistas e histórias de vidas por pessoas que assistimos e vidas de militância. (...) Juntos podemos mais.
Américo Nunes
Instituto Vida Nova
Marcos Bryan – Vice-presidente do Instituto Vida Nova
“Com o Vida Nova aprendi e ainda aprendo muito sobre a vida, o Jorge e o Américo me ensinaram muito. Minha família já participou de eventos do Vida Nova, e isto pra mim é muito gratificante.
A cada dia é um novo aprendizado, todo dia aprendo mais sobre auto estima, dedicação a minha saúde… o vida nova é uma casa, é uma família. Com o Vida Nova aprendi a olhar para a frente”.
Eliane Câmara – Assistente de projetos do Instituto Vida Nova
“O Vida Nova me deu uma vida nova, cheguei no instituto como assistida, muito debilitada e sem perspectiva de vida, o instituto foi como uma luz no fim do túnel em minha vida. Comecei fazendo academia, depois vi um pessoal trabalhando em um projeto que se chamava Saúde na Feira, me interessei, entrei no projeto e sigo até hoje no instituto. Atualmente estou como assistente de projetos e colaboro na parte administrativa. Aquela Eliana que chegou aqui debilitada, desenganada pelos médicos, hoje está renovada. Na ONG ganho forças para lutar, ajudar outras pessoas e mostrar para elas que novas portas podem se abrir e o que o Vida Nova está aqui para dar toda a assistência”.
Valdelice Senatori – membra da direção do Instituto Vida Nova
“Quero parabenizar o instituto por mais um ano nessa jornada que é tão árdua, mas muito boa. Estou desde o inicio da instituição, quando fui convidada pelo Américo, meu amigo pessoal, a participar da fundação da instituição. De pronto topei e seguimos juntos, com muitos desafios, muitas coisas boas, outras não tão boas, mas seguimos. Quero agradecer aos fundadores Américo, ao Jorge, a todos os voluntários, a todos que passaram pelo instituto e aos que ainda estão aqui. Eu definiria o Vida Nova como: transformação de vida”.
