Agéncia Aids
09/02/2025
Trinta e cinco anos de acolhimento, troca, solidariedade, ressignificação e apoio a muitas pessoas que frequentaram os encontros e rodas de conversa. Lá atrás, no final da década de 80 e início de 90, o Grupo de Incentivo à Vida, fundado em 8 de fevereiro de 1990, por José Roberto Peruzzo, se concretizou. O site oficial do GIV, informa: “em uma reunião realizada nas dependências do CRTA (Centro de Referência e Tratamento em AIDS), com pessoas que haviam participado de seu 10° Encontro de Pacientes, nasce a idéia da criação de um grupo para integrar as pessoas soropositivas entre si e a sociedade, buscando caminhos para a redescoberta da vida e mudanças de atitude frente à epidemia, e ainda buscando alternativas para prevenção e controle do desenvolvimento da doença. Nesta primeira reunião estiveram presentes: Peruzzo, Dinah, Toninho, Jacó, Flávio, Jorginho, Afonso e Cristal, que deram os primeiros passos em nosso caminhar.”
No final da tarde deste sábado (8), amigos, parceiros, pessoas que contribuíram, muito, mas muito mesmo, para a construção da ONG e da resposta que o Brasil solidificou na luta contra a aids, se reuniram para celebrar, confraternizar e agradecer um trabalho importante e sério que fez toda a diferença na vida daqueles que passaram por lá.
“Minha história com o GIV começou em 1995, completa esse ano 30 anos. Nós estamos nessa luta, especialmente defendendo os direitos das pessoas vivendo com HIV”, compartilhou Cláudio Pereira, atual presidente da Instituição.
Emocionado, ele destacou: “É muito bom estar aqui, reencontrar os amigos, nessa caminhada do GIV de 35 anos, especialmente pessoas que não vimos após a pandemia”.
Já Andrea Ferrara, coordenadora de ações voltadas para juventudes, compartilha: “Estou muito feliz de estar aqui hoje, celebrando os 35 anos do GIV, reencontrando pessoas que não vejo há muito tempo, como ex-voluntários, amigos de longa data… É uma alegria imensa. E espero que o GIV continue por muitos anos, acolhendo e fortalecendo pessoas que vivem com HIV e aids. O afeto e o acolhimento são a base do trabalho do GIV. Para quem ainda vai chegar, espero que ao chegar aqui, as pessoas encontrem esse carinho, esse acolhimento e esse afeto tão importantes”.
“São muitos os desafios, mas o que move é o amor e a solidariedade. Em nossa dessa solidariedade, estamos aqui hoje e celebrando os 35 anos de resistência desse grupo que eu ainda considero a minha casa também”, falou Eduardo Barbosa. O ativista foi presidente da ONG, onde coleciona muitas memórias.
O historiador e educador Marcos Tolentino, marcou presença e também fez questão de deixar um depoimento de gratidão a tudo que o GIV lhe ofereceu. Ele que foi acolhido pela ONG pouco tempo depois de seu diagnóstico de HIV, hoje mantém dentro da instituição o Acervo comunitário de registro de memórias da comunidade LGBT+ brasileira.
“Eu cheguei no GIV no começo de 2018, após quase dois anos do meu diagnóstico, quando eu estava em um momento de muita confusão emocional, tentando ainda entender o que seria viver com HIV. Descobri o GIV nas redes sociais e vim participar da minha primeira reunião. O GIV foi muito importante para que eu pudesse encontrar esses entendimentos e ferramentas para construir maneiras de viver com o HIV. Em um segundo momento, o GIV oferece uma sala para que trouxesse o Acervo Bajubá para cá. A partir daí começou uma parceria de trabalho, inclusive já realizamos três oficinas de escrita literária, lançamos dois livros, e vamos lançar mais um livro neste ano. O GIV é um lugar muito especial de encontro, acolhimento e compreensão”, dividiu.